O uso de próteses de
silicone nas mamas pode ser proibido no Brasil, de acordo com a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa). Uma investigação realizada pela FDA (agência
reguladora de remédios e alimentos nos EUA) revelou que mulheres que fizeram
esse tipo de cirurgia podem ter risco maior de desenvolver um tipo raro e grave
de câncer: o linfoma de grandes células anaplástico, que ataca o sistema
imunológico.
"Dados revisados
pela FDA sugerem que pacientes com implantes nos seios têm um risco muito
pequeno, mas significativo, de desenvolver o linfoma na cicatriz em volta da
prótese", informou o FDA.
O estudo, ainda sem
conclusão, está sendo acompanhado pela Anvisa. Segundo o órgão brasileiro, se o
risco de câncer for comprovado, "a agência tomará as devidas
providências": restringir o uso da prótese, proibir a substância causadora
do mal ou proibir o implante.
Segundo a médica
responsável pelo grupo de linfoma do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer
(IBCC), Maria Cristina de Almeida Macedo, a associação entre o silicone e o
tumor pode ser explicada pela presença da prótese na região da mama.
"O sistema
imunológico fica sendo estimulado de forma crônica pela prótese, o que pode
levar à formação de células anormais. Mas isso é só uma teoria", ponderou.
"Ainda não há relação clara entre a ocorrência do linfoma e a prótese.
Ainda não há motivos para que haja modificação nas indicações de colocação de
silicone", concluiu.
Anvisa poderá indicar
retirada de implantes
A investigação da FDA
ainda não tem prazo para ser concluída. A Anvisa, entretanto, já informou que,
dependendo das conclusões do órgão americano, vai avaliar se deve ou não
recomendar a retirada das próteses de quem já fez o implante. Essa
recomendação, no entanto, vai depender também do do risco cirúrgico para cada
paciente.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, só em 2008 foram realizadas 151 mil implantes de silicone no País.