Pais e testemunhas criticam atuação da polícia de Catanduva
Pais e testemunhas criticam atuação da polícia de Catanduva

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A sessão de depoimentos foi aberta hoje (18) por volta das 11h. Geraldo Correa, da ONG Instituto Pró-Vida, foi o primeiro a ser ouvido. Aos senadores Magno Malta (PR-ES), Romeu Tuma (PTB-SP) e José Nery (P-SOL-PA), Correa afirmou que foi procurado em fevereiro por mães de supostas vítimas que não estavam satisfeitas com a apuração da polícia sobre as suspeitas.
Emocionado, Correa disse que procurou várias autoridades de Catanduva, mas que nenhuma deu a devida atenção às denúncias. “No momento das denúncias, fiquei sozinho. Aqueles que deveriam estar com o controle da situação não estavam”, afirmou ele, citando também falhas do Conselho Tutelar e do Ministério Público.
O pai e a mãe de duas supostas vítimas, ambas com menos de 10 anos de idade, prestaram depoimento usando capuz para não serem identificados e não pouparam críticas. “Fui procurar a delegada [Maria Cecília Sanches] e ela falou que era normal”, disse a mulher, reclamando de omissão da polícia.
“Todos que deveriam ter uma atitude, colocaram um obstáculo”, complementou seu marido, criticando também o Conselho Tutelar do município.
Edmilson Sidney Marques, diretor da escola em que estuda a maioria das crianças supostamente vítimas de abusos sexuais, enumerou falhas em dois inquéritos policiais abertos para apuração das denúncias. Ele afirmou que recomendou às mães que procurassem a polícia para relatar os abusos e prestar queixas, mas a polícia pouco fez.
“As mães vinham me contar e eu ficava tranquilo, pois achava que procurar a polícia era o mais adequado a fazer. Porém, a cada dia, eu ia percebendo que era o contrário”, disse Marques.
A delegada Maria Cecília Sanches depôs também hoje à CPI e disse que não considerou “normal” as suspeitas das mães e por isso abriu uma investigação sobre o assunto.
Já a delegada Rosava da Silva Vani, que presidiu o segundo inquérito, admitiu aos senadores que cometeu “erros graves” em sua investigação.
Representantes do Conselho Tutelar e do Ministério Público também devem depor na audiência pública em Catanduva. Até sexta-feira, senadores estarão na cidade investigando o caso.