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USP cria chocolate sem cacau usando resíduo de cerveja

Com o mundo enfrentando a maior crise de cacau em seis décadas, pesquisadores da USP apresentaram uma solução inusitada e promissora: um chocolate sem cacau, feito a partir de resíduos da indústria cervejeira e outros subprodutos agroindustriais. A inovação pode transformar o mercado global com mais sustentabilidade, nutrição e menor impacto ambiental.

USP cria chocolate sem cacau usando resíduo de cerveja - Relatório da Organização Internacional do Cacau estimou um déficit na produção mundial de cacau para 2025 que pode ser o pior em 60 anos.
Relatório da Organização Internacional do Cacau estimou um déficit na produção mundial de cacau para 2025 que pode ser o pior em 60 anos. - Foto: Governo de SP
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A indústria do chocolate está vivendo um momento histórico — e não pelos melhores motivos. O preço do cacau disparou globalmente, impactado por pragas, alterações climáticas severas e problemas sanitários especialmente na África Ocidental, onde estão os maiores produtores mundiais, como Gana e Costa do Marfim. A consequência? Estoques em queda, aumento de custos e risco real de escassez nas gôndolas.

Mas é no Brasil que um novo capítulo pode estar sendo escrito para essa história amarga. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), liderados pela professora Suzana Lannes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, desenvolveram uma inovação que pode revolucionar o setor: uma composição alimentar de chocolate que substitui o cacau por subprodutos agroindustriais.

E o mais surpreendente: entre os resíduos aproveitados, está o malte usado na fabricação de cerveja — um ingrediente que normalmente seria descartado após a produção. Essa matéria-prima, somada a outros resíduos orgânicos da indústria alimentícia, foi transformada em uma formulação em pó capaz de substituir o cacau em pó e o liquor de cacau, dois insumos fundamentais na fabricação do chocolate.

A nova composição não só imita cor, textura e sabor do chocolate ao leite, mas também entrega uma carga nutricional superior. Rica em compostos bioativos, flavonoides, fibras, lipídios bons, proteínas e antioxidantes, a inovação combina saúde e sustentabilidade em uma única mordida.

“Além de substituir o cacau, agregamos valor nutricional e reduzimos o desperdício de resíduos industriais”, afirma Suzana Lannes. Ela explica que, diferentemente de produtos comerciais conhecidos como Cocoa Extenders, a tecnologia da USP oferece ganhos reais em termos de saúde e impacto ambiental.

A ideia é fornecer à indústria chocolateira e alimentícia uma solução viável e de rápida aplicação. A equipe já trabalha com protótipos testados em ambiente realista e está otimista com a possibilidade de adoção imediata da nova tecnologia, especialmente diante da crise global de cacau.

O momento, de fato, exige soluções urgentes. Segundo o relatório trimestral da Organização Internacional do Cacau, divulgado em novembro de 2024, o déficit na produção global previsto para 2025 pode ser o maior dos últimos 60 anos. “Nossa expectativa não é para o futuro, é para agora. O mercado precisa dessa alternativa já”, reforça Suzana.

Com sabor, aparência e textura similares ao chocolate convencional, mas com menor custo e impacto ambiental, a nova composição da USP pode marcar o início de uma nova era para o chocolate — uma era em que os resíduos se tornam protagonistas e o cacau deixa de ser insubstituível.

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